15 de nov. de 2009

Comportamento Sexual dos Adolescentes com SD

Caros, uma pesquisa realizada por Flávia Cibele A. de Souza e Rosane M. Ramos, em 2002, no Pará, traz informações interessantes:


“Quando se considera o adolescente com Síndrome de DOWN, a expectativa de que venha a ser independente é diferente. Neste caso, nota-se que a tendência dos pais e da sociedade é de considerá-los como “eternas crianças”. Ainda hoje, em muitos segmentos sociais e profissionais, não se considera a possibilidade de um desenvolvimento que leve à manifestação de desejos de independência e participação. Onde muitas vezes, a atitude dos pais é ambígua porque, embora
percebam as modificações que ocorrem no filho, é difícil definir até que ponto ele poderá assumir uma vivência afetiva e sexual independente. Com isso, dificilmente os pais contribuem para desenvolver em seus filhos deficientes o sentido de independência e responsabilidade. Além disso, as circunstâncias sociais não favorecem a independência do deficiente e, na maioria das vezes, ele não encontra formas saudáveis de satisfazer seus impulsos. RRaamooss && SSoouuzz AA

Entretanto, já se sabe que na Síndrome de DOWN há diferenças no desenvolvimento sexual masculino e feminino. Em relação ao sexo feminino, a fertilidade está suficientemente comprovada, pois há vários casos de reprodução em mulheres portadoras da Síndrome. Ao contrário, muitas controvérsias ainda envolvem o funcionamento sexual masculino. ( ROCHA 2002 )

O início da puberdade ocorre por volta dos 13 anos e aos 17 anos o desenvolvimento sexual tende a estar completo. As características sexuais secundárias desenvolvem-se gradativamente com o avanço da idade, isto é, aos poucos aparecem os pêlos púbicos, axilares e faciais. (citado por ROCHA 2002 )

O desenvolvimento do pênis e dos testículos foi estudado e, neste aspecto, as informações são mais contraditórias: enquanto alguns afirmam não haver diferenças significativas, outros afirmam que a genitália (órgãos sexuais) tende a ser menos desenvolvida quanto às medidas do pênis e volume dos testículos. Já no desenvolvimento sexual feminino raramente tem sido observada alteração no desenvolvimento dos órgãos genital externos das portadoras da Síndrome de DOWN. ( ROCHA 2002 )

As informações em relação à menarca (primeira menstruação) são contraditórias, mas, no geral, situa-se entre os 11 e 13 anos.

Quanto ao comportamento sexual, geralmente há interesse no sexo oposto, porém isso ocorre de forma passiva, a aproximação é infantilizada e raramente há tentativa de relacionamento heterossexual propriamente dito.

É necessário dar-lhes a condição para compreender os riscos de um comportamento inadequado e a questão sexual de uma forma geral. O anticoncepcional só é necessário quando a portadora da Síndrome de Down geralmente não é exacerbada, mas se houver possibilidade de vida sexual ativa todas as suas implicações devem ser consideradas.

Como a personalidade e a manifestação sexual variam muito nos portadores da Síndrome, é importante que cada família administre a situação de acordo com seus próprios padrões morais. Quanto mais natural for a reação dos pais diante do comportamento e curiosidade sexual da criança, maior será a possibilidade de desenvolvimento sem choques.

Em relação ao desenvolvimento das adolescentes nota-se que, quando elas mantém um relacionamento próprio com a mãe e irmãs, a menstruação não é assustadora e, a partir do que ela já conhecia consegue cuidar de sua própria situação. Algumas adolescentes podem apresentar dificuldade com a higiene nos períodos menstruais, devido a sua falta de habilidade em geral, mas pode-se dizer que cerca de 75% não tem problemas neste aspecto.

Em cada uma das etapas do desenvolvimento, a criança mostrará desejos e maneiras diferentes de se relacionar. O nível de deficiência mental influirá nessas manifestações, pois faz com que a pessoa tenha diferentes níveis de elaboração de suas experiências, desejos e relacionamentos.

Basicamente, pessoas jovens com Síndrome de DOWN querem e precisam do mesmo que jovens não deficientes querem e precisam como: um amigo, alguém com quem falar, com quem compartilhar coisas importantes; certa dose de calor, alguém para tocar, alguém que através de um gesto diga “gosto de você”; aprovação, alguma mensagem de outras pessoas que lhe digam “você é legal”. Afeição, amor e um sentimento de que são amados. Isto não quer dizer necessariamente sexo; dignidade, alguma comunicação por parte de terceiros dizendo que são pessoas de valor. Formas de “vazão” social, afim de evitar solidão. Satisfação sexual, a necessidade biológica de contato sexual e estimulação.”

Fonte:
http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/monografias/INTERVENCAO_PAIS_RELACAO_DESENVOLVIMENTO_SEXUALIDADE.PDF

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